terça-feira, 24 de julho de 2012

Olá galera!!

Depois de alguns dias sem postar nada, venho aqui compartilhar com vocês a publicação de um artigo, o qual sou autora.
Revista Virtual: Aprendizes
O título do artigo é: "Dialogando sobre Aquisição de Linguagem e Surdocegueira."
Páginas: 22, 23 e 24


Está disponível no site: http://www.ivoti.rs.gov.br/semec/files/revista/9/?idRevista=9

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Filme: O Garoto Selvagem


Assistir ao filme o Garoto Selvagem me fez parar e refletir sobre a prática pedagógica, sobre o que é ser educador, qual é o verdadeiro papel de um educador na vida de uma pessoa, quais as influências que ele pode ou não ter e deixar para um sujeito.
            O momento histórico vivenciado por Itard foi um período chamado de positivismo, que ocorreu na França por volta do século XIX. Corrente essa que defendia a ideia de que o conhecimento científico é o único verdadeiro. Uma teoria só poderia ser afirmada verdadeira se pudesse ser comprovada através da ciência, de métodos científicos. Assim a ideia do senso comum, de crenças, ou outro tipo de teoria não são consideradas como verdadeiras.
            Esse momento nos apresenta a forte influência na educação e trabalho desenvolvido com o menino, ele que foi “descoberto” na França por pessoas que moravam perto de uma floresta. Foi levado em seguida para Paris, a fim de que estudiosos pudessem tentar tomar conhecimento do que acontecia com ele, porque se movia e agia como um animal e não como uma pessoa e assim pudessem o tornar mais sociável.
            Ao chegar em Paris, foi levado para o Instituto de Surdos-mudos de lá para que pudessem iniciar os estudos com ele. No início apenas foi colocado naquele ambiente a fim de analisarem quais seriam suas reações, mas logo foi tido como o animal da turma, sendo que os outros meninos passaram a maltratá-lo. As pessoas não acreditavam que ele pudesse receber uma educação, que pudesse ser como os outros, foi aí que o professor Itard resolveu levá-lo para sua casa e lá, dia e noite, tentar desenvolver alguns métodos a fim de ensinar algo a ele.
            Com a ajuda da governanta, o primeiro passo era fazer com que se tornasse um humano de verdade, pois a aparência dele era de um animal. Assim cortaram seus cabelos, suas unhas, deram um banho para limpá-lo e colocaram roupas. A cada dia utilizavam de um material ou uma técnica diferenciada, mas os hábitos básicos eram trabalhados diariamente, para que ele pudesse ir compreendendo o que acontecia.
            As associações que estabelecia como, por exemplo, a água ao final de cada atividade feita corretamente, foram alguns dos recursos que deram certo, ele começou a compreender que ao acertar era recompensado, isso também nós usamos hoje na educação, e percebemos o efeito que isso dá com os alunos, pois todos, não importando ter ou não deficiência, ou a idade que tenham, entendem que apenas conseguem algumas coisas depois de realizarem corretamente o que é proposto.
            Ele aprende diversas coisas como usar roupas, sapatos, a pedir leite batendo em um jarro, como não sabe falar ele encontra outras formas de se comunicar. Assim percebe-se que não é necessária a fala, comunicação oral, para se estabelecer uma comunicação com as pessoas, podemos criar ou usar de outros métodos para fazer isso. Fato esse que logo me remeteu ao trabalho que desenvolvo com um aluno surdocego, que pela falta dos dois sentidos, visual e auditivo, usa de outras formas para se comunicar, e o mais interessante disso é que nós, educadores, mediadores é que devemos compreender o que aquele sujeito está querendo “falar”.
            A comunicação envolve a compreensão que temos de mundo, as vivências, mas ao ver um ser que muitas vezes não teve essas vivências ou experiências se comunicar, percebe-se o quanto a comunicação é algo complexo e ao mesmo tempo algo tão simples. Complexo, pois em alguns casos necessitamos de estudo para compreender o que o outro está tentando comunicar e simples, pois ao ver um menino que não passou por experiências e vivências de uma determinada situação, consegue se comunicar.
            A questão de ficar agressivo ao ser contrariado, isso também é algo interessante, pois é dessa maneira que ele consegue mostrar que não está gostando, que está cansado com determinada atividade. Quando começa a associar as palavras aos objetos fica nítido que compreende o que acontece, pois lhe é falado e mostrado o nome do objeto e em seguida ele dá o que foi solicitado.
            Esse filme nos mostra o quanto o educador especial, seja formado na área ou apenas aquele que trabalha com alunos com deficiência ou dificuldades, precisa ser paciente, lidar com suas angústias, medos, frustrações. Toda vez que Itard pensava em desistir, o menino lhe mostrava que os seus ensinamentos não haviam sido em vão, que o que aprenderá, mesmo que pouco, lhe servia pra algo, que era importante. O afeto entre os dois também comprova que sem esse não é possível criar um vínculo e desenvolver habilidades com alunos.
            Por diversas vezes me vi na imagem daquele professor, que com insistência e paciência, diariamente buscava fazer com que seu educando aprendesse algo novo, compreendesse a função da comunicação. Como já mencionei anteriormente, no trabalho que desenvolvo com o menino surdocego é necessária a mesma, ou maior ainda, dedicação, há uma resistência muito grande em tudo o que é feito, ensinado. Às vezes levo dias para fazer com que aprenda uma coisa simples, mas de uma hora pra outra tudo começa a fazer sentido.
            Precisamos lidar com nossos sentimentos diariamente, penso que isso seja fundamental no trabalho com essas pessoas especiais, pois se nós, adultos e estudados não conseguimos, como queremos que nossos alunos consigam. 

            Essa é uma boa sugestão de filme para quem quer aprender um pouco mais sobre essa área encantadora da educação...



domingo, 24 de junho de 2012

Mais dicas!


Teclado virtual do Windows: ver recursos de acessibilidade do Windows. Dispõe do recurso de varredura automática, que pode ser acionada por determinadas teclas do teclado físico, joystick e por switch conectado a uma porta serial ou paralela.

Teclado: software espanhol de Jordi Lagares, gratuito, disponível na internet. Dispõe
do recurso de varredura automática que pode ser acionada por determinadas teclas do teclado físico, por clique no mouse e por sons no microfone. Disponível para download no seguinte endereço: www.xtec.cat/~jlagares/f2kesp.htm (acompanha arquivo tutorial).

Teclado amigo: software gratuito, disponível na internet. Dispõe do recurso de varredura automática que pode ser acionada por determinadas teclas do teclado físico ou por clique no mouse. Disponível para download no seguinte endereço: www.saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=3847(kitsaci2)
Explicações online no seguinte endereço: www.saci.org.br/pub/kitsaci2/teclado.html

Softwares para comunicação alternativa
São softwares que permitem a comunicação por meio de símbolos, imagens, textos ou síntese de voz, no computador. Os mais conhecidos e utilizados são os softwares para a construção de pranchas de comunicação. Geralmente, utilizam símbolos de diferentes métodos de comunicação alternativa (Bliss, PCS, PIC etc) ou símbolos personalizados, capturados de diferentes fontes, além de textos e sons. A comunicação através das pranchas construídas pode ser controlada por acionamento direto, por meio de cliques do mouse sobre suas células ou por mecanismos automáticos de varredura. Essa varredura automática pode ser controlada por diferentes acionadores: cliques no mouse, teclas aleatórias do teclado físico, sons no microfone e switches especiais. O acionamento das células das pranchas pode produzir respostas por meio de cores, textos, sinais sonoros e fala digitalizada.
Usuários: pessoas com comprometimento motor de moderado a severo, com incapacidade de comunicação oral. Exemplos:
Plaphoons. Software espanhol gratuito de autoria de Jordi Lagares, disponível na internet, para download, nos seguintes endereços: www.lagares.org ou www.xtec.cat/~jlagares/
f2kesp.htm (acompanha arquivo tutorial)



Referência: Tecnologia Assistiva nas escolas: recursos básicos de acessibilidade sócio-digital para pessoas com deficiência. 
Instituto de Tecnologia Social. (ITS Brasil)

Falando de softwares educacionais para crianças especiais...

     Com o avanço das teconologias, podemos encontrar diversos softwares educacionais que facilitam e auxiliam no trabalho com crianças especiais. Eles nos ajudam a fazer com que nossos alunos possam participar da aulas e não tenham que ficar de lado.

     Para alunos com Deficiência Visual...
 * Tem-se o programa Dosvox que pode ser encontrado no link abaixo
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/
     Esse programa é muito importante, pois ele faz uma espécie de leitura de tudo o que está escrito na tela do computador, assim o aluno cego consegue compreender o que acontece, outro aspecto legal é que ele "fala" as letras que estão sendo digitadas, assim a pessoa pode digitar sem precisar ajuda de ninguém.
   
 * Temos ainda o programa Mecdaisy encontrado abaixo
http://intervox.nce.ufrj.br/mecdaisy/
      Esse programa é muito bom, pois oferece a digitalização de livros, ou seja, os livros são reproduzidos através da fala e produzidos em áudio. Uma boa opção para quem é adulto e gosta ou necessita ler e não encontra todos os livros em Braille.

     Para alunos com dificuldades motoras...
 * Temos o programa Motrix que pode ser acessado no lonk abaixo
http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/
     Ele se torna fundamental a ser utilizado por pessoas com deficiência motora, que não consigam mexer seus membros, e assim a pessoa dá os comandos por voz.

   
    Essas são algumas das tecnologias que indico hoje.
   

Transvendo a diferença...

“A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem das suas derrotas. 
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro.
Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.”


(Manoel de Barros in: Livro sobre nada. Ed. Record, p. 75)





Pra começo de conversa...

     Esse blog foi criado tanto para promover trocas e discussões entre profissionais na área da educação especial, quanto por um desafio da professora da disciplina de Informática na Educação Especial, do curso de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. A professora nos instigou ao longo do semestre que procurássemos nos aproximar das tecnologias para a educação especial.

     Já trabalho a cinco anos na área da educação especial com alunos surdos, com uma alunos com sindrome de down, uma aluna com deficiência intelectual e física, com uma aluna cega e agora o maior desafio que encontrei foi com dois alunos surdocegos.

     Estar no meio e com crianças especiais me faz muito bem, me engrandece como pessoa e como educadora, buscar a cada dia uma nova forma de trabalhar, buscar novas possibilidades de apresentar um mesmo assunto ou conteúdo, mas de forma diferente. Adaptar materiais, aulas e forma de agir é algo que me atrai, me encanta.

     Enfim, esses são alguns dos motivos pelos quais entrei nessa área e não foi por ter alguém na minha família que tivesse alguma deficiência, ou então algum amigo, foi por me encantar pelo diferente, não querer ser apenas mais uma professora, mas sim, por querer tentar fazer a diferença na vida dessas pessoas que precisam muito de um olhar, um olhar não de pena, mas sim um olhar de esperança!

     Aqui serão disponibilizados textos, materiais adaptados, tópicos para discussão, recursos adaptados, enfim, diversos meios utilizáveis nessa área. Fiquem a vontade para entrarem na discussão, não concordarem ou então deram sua opinião.

   Que essa pomba possa representar o que sinto ao estar junto com meus pequenos e meus amigos, uma esperança no ensino e qualidade de vida a todos.

 
 Um grande abraço a tod@s.